Não
terás da flor o perfume, beleza.
Nem
da noite o sereno, estrelas, luar.
O
crepúsculo cairá em sono profundo.
Quando
velho velâmen da face tirar.
Não
verás o romântico, o sóbrio, o homem.
Que
sorrisos forjava para te enaltecer.
Na
verdade sou louco, sou lobo, sou lixo.
Cujo
amor e alegria vieste esquecer.
Terrível
é o cálice que meus braços sangra.
Manchando
de sangue o leito, o muro.
E eu
ébrio encostado na cruz que carrego,
derramo-me
em lágrimas, vermelho-escuro.
O
vinho na garrafa parece dançar,
ao
som violento do meu coração.
Sinuoso
é o dedo que nas cordas toca,
a
última nota de uma canção.
Gostaria
de rever as flores que um dia,
brincavam
comigo, riscado o papel.
Ver o
giras/Sol e o lírio da Lua,
que
em comunhão, rutilam o céu.
Oh!Deus,
por que não me dá o descanso?
Mandai
de uma vez os teus Servos Azuis.
Leva
minh'alma à alegria divina,
e doa
o meu corpo aos urubus.
(25/11/1994)
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